Em sua obra, Carlos Drummond de Andrade reformulou criticamente o legado poético da modernidade, explorando o desgaste que os projetos ideológicos e estéticos da tradição ocidental apresentavam, especialmente em culturas periféricas a essa tradição. Nossa seção de poesia recebeu o nome Máquina do Mundo em homenagem a um de seus poemas fundantes, que nos desafia a vislumbrar caminhos possíveis por entre as ruínas dos antigos sistemas.
soluções Carolina Zuppo Abed é escritora, professora e psicopedagoga. Graduada em Letras pela USP, onde atualmente realiza pesquisa de doutorado voltada a processos criativos em escrita; tem pós-graduação em Formação […]
mensageiro. conta-see reconto aqui porque meu posto é contar tudomesmo contra a peste mesmo contra o tempoou conta-se que primeiroe ele é sempre o primeiroporque é preciso de alguém de […]
rigor de uma só vez empilharcuidadosamentetodas as mãos friasde uma só vez chorar fogo-fátuo Nada mais vai me ferir velei teu corpo por tanto tempo que ainda bate em […]
3 cantigas (Viento por los caminos Brisa en lasalamedas) Lorca 1.eu vim da bahiamas quem de lánão veio, chegará:vaqueiro na terramarinheiro n'águacapoeira no ar:a sina é bater perna:eu vim […]
8:51 Falo do suco de abacaxi-com-erva-cidreira que tomeinaquela manhãde quinta-feirafalo do verde-cor-de-parede-de-casa-de-praiaque me matoua sedeme encheu a boca de espumado marfalo de sorver osumosuculento quedesceu redondo pela minha garganta esôfago […]
* Leia a entrevista de Catita sobre Morada, do qual foram extraídos os poemas abaixo. Tranças Meu crespo grisalho fartoAs vozes das minhas de antesNa minha boca de hoje As […]
logunedé Em leque, as penas do pavãoenfeitam as florestas de arroubosno peito do caçador. Ornando o percurso que se fez o rio,são de mel, os sonhos de Logunedé. seta dourada […]
[sem título] prefiro me construirassimeternamenteuma estrangeira. sequer essa casaeu ouso chamar de minha. veja: não é a casaque não pertence a mim. é meu corpoque não pertence à casa. [sem […]
I Detalhes da dançaAutônoma aquarelaDe desleixados dedosEm aberturas tocandoRedondos vaziosCírculos de um corpoFeito flauta de um caniço. II Terço de enxofrePrendendo o retalhoDe um par de lábiosSonhando o silêncioSem som […]
“CrêSomente no pipilar alegreDas lembranças amarelas”– Vasko Popa, em “Galinha”. galocacarejo urdidocéu beijadocom bico assum-pretomelro cegodas bandas de cá canto aleijadodo sertão urububando em voosombra do ossosombra da sombralogo só […]
Assim começa com um novelopequenos pedaços de outros novelosde outras linhas outras coresum montón de linhas mescladas começa no gritoe gesto. começa comdesejo e uma navalha. começana porta da casa, […]
lupita o vultoque rastejapela sombranão é cachorronem demôniocoisa ruim é só lupita que se arrastapenitente pelosparalelepípedosjoelhos rasgadosdeixando rastrosde suas artritesreumatismoscáriesabortosarritmiashérniase estalosque só os velhoscarregam noscorpos cobertospor camisolas puídascosturas esgarçadascabelos revoltosde […]
os tambores no ar os gestosbarradoscaminho a minharaiva semmesura alguma hora vai sermeio dia o corporomperáno alívio das curvasmuito esforço muito espaço mãos cotovelos braçosombros pescoço olhos arregaladosboca testa olhos arregalados […]
número 1 no país que possuimais bicicletas que habitantesé possível se depararcom aqueles que retornam à casacarregando de tudo: as compras do mês,eletrônicos, mobília, uma, duascrianças, a holandesa é vistaa […]